Webinar Ministro Paulo Guedes
“Estávamos focados nas reformas (tributárias, trabalhistas, administrativas) e as reformas iam muito bem, obrigado e o COVID estava longe, na China….
Havia conflitos políticos, mas o clima era interessante…
Medidas econômicas para combater o COVID-19:
Diferiram o FGTS;
Diferiram o Simples
Antecipação do 13.º dos pensionas (mais vulneráveis) (R$ 50 bilhões);
Anteciparam os Abonos salariais;
Tudo isso dá R$ 150 Bilhões de recursos
Liberaram:
R$ 200 Bilhões de redução de compulsórios CEF + BNDES
R$ 150 Bilhões de créditos CEF + BNDES
No total, na economia, foram injetado R$ 500 Bilhões em 3 meses.
As ações acima são todas infraconstitucionais, por isto, foram rápidas.
Com o decreto de calamidade publicada, saímos da obrigatoriedade do cumprimento orçamentário.
1.200.000 pessoas Bolsa Família
Próximas medidas:
Auxílio Emergencial aos Informais – R$ 600K/mês/pessoa – R$ 50 Bilhões (38 milhões de brasileiros)
Redução do salário será de até 50% (layoff)
Auxílio Pagto Folha de Salário (parcela do layoff que será paga pelo Governo) – R$ 50 Bilhões (38 milhões de brasileiros)
Terão 2 novas modalidades de empréstimos para empresas de crédito para utilização em Folha de Pagamento (Para pequenas empresas) – R$ 40 Bilhões (isto não ficará pronto na segunda feira, ficará pronto nos próximos dias)
Para estados e municípios – R$ 80 Bilhões
São mais R$ 220 Bilhões
Ou sejam ao todo são R$ 720 Bilhões injetados na economia para os próximos 3 meses.
Foram cortados R$ 1 trilhão de crescimento na previdência
Cortaram juros – Brasil vai gastar este ano menos de R$ 300 milhões (gastava R$ 400 bilhões)
Vamos destravar os investimentos com saneamento, setor elétrico, cabotagem, privatizações etc., aprofundando as reformas.
Em 01 ano vamos conseguir pagar as despesas com COVID-19. Não vamos deixar para a próxima geração.
Vamos usar ferramentas diferentes, mas a estratégia será a mesma com reformas estruturantes e retomando o crescimento em 01 ano.
A equipe e o presidente estão muito focados. Estamos em isolamento conforme orientado pelo Min. Mandetta, mas o presidente, obviamente está preocupado com a segunda onda que é a depressão econômica, então é natural que o presidente alerte. É uma democracia, todo mundo tem direito à opinião. A preocupação do presidente é legítima.
Estou meio desaparecido porque estamos girando 24 horas.
Estamos construindo uma MP para que nosso Banco Central possa chegar no setor real e não somente negociar com Bancos.
Fazer fusão do PIS/PASEP com FGTS.
Tem R$ 22 bilhões parados no PIS que ninguém vai buscar, precisamos da liquidez.
Acontecem o tempo inteiro as interações com os outros Ministros. São decisões importantes todos os dias.
Vamos aprofundar as estruturantes, para juros e inflação não subirem, neste ano mesmo.
Fico o dia inteiro em reunião com Prefeitos, Governadores, etc. Não vou sair, é conversa fiada. Fomos atingidos por um meteoro e vamos sobreviver. Não vou abandonar meu país.
Hoje ajustamos a MP trabalhista
O INSS consegue cobrir o atendimento virtual, mas existem pessoas que não tem cadastro (ex.: ambulantes), aí deverão abrir conta na CEF e receber pela CEF. Vamos ajudar todo mundo a receber. Passamos dois dias discutindo como seriam os pagamentos. Tanto o INSS, quanto a CEF, serão as instituições que farão os pagamentos.
Nenhum brasileiro ficará para trás.
Nós já tínhamos um programa de crise de emergência fiscal, por isso nada disto nos assusta. Porque isto já estava no nosso programa, para transferir devagar, ao longo de 8 anos, e agora teremos que fazer tudo num ano só.
Temos que dar dinheiro para os Estados se defenderem.
Fizemos o Monitoramento Real: Conversamos com representantes de todos os setores e várias soluções são dadas por eles. As empresas nos pediram e nós vamos fazer. 103 associações enviaram pleitos, uma média de 7 pleitos por associações (mais de 700 pleitos).
Classificamos por trabalhistas, tributário, crédito e legislação. Ao todo, simplificamos em 80 pleitos (porque se repetiam).
Os impostos precisam ser num contexto de reforma tributária. OS impostos estavam crescendo 20% acima do previsto.
Nas questões trabalhistas, vamos ajudar as empresas que mantiverem os empregos.
O ponto crítico são os ventiladores pulmonares, precisamos deles para os brasileiros contaminados serem salvos. Produzíamos 250 por semana, passamos para 1.000, precisamos produzir 1.400 por semana. Estamos pressionando todo mundo para entregar.
O segundo ponto de estrangulamento são as máscaras, mas o maior problema não é transmissão área, é a gotícula, portanto, qualquer material ajuda proteger (o avanço dos estudos, prova isso).
O terceiro problema que é o álcool gel, estamos conversando com as empresas para ajudar.
O quarto ponto são os testes, se formos para o estágio de passar do isolamento horizontal para o vertical, precisaremos “escalabilizar” os testes, deu exemplo da VALE que comprou centenas de milhares de testes, testou os seus colaboradores e vai mandar o restante para a saúde. A AMBEV também comprou, vai testar seus colaboradores e famílias e vai doar o excesso. Eu peço para todo mundo mergulhar neta aventura do teste e doar os excedentes.
Eu acho que o Brasil dará um exemplo de ouro. Nossa Democracia é madura. Nossos poderes são independentes. O Brasil deu um show de maturidade com a população na rua aprovando a reforma da previdência, dizendo: “nós vamos pagar este custo, não serão as futuras gerações”.
O Brasil será o primeiro país a sair desta confusão, porque já estávamos decolando.
Peço a ajuda de vocês, no sentido mesmo de ajudarem, pois o Brasil é solidário.
Vamos aprofundando as estruturantes. Vamos desregulamentando. Destravar os investimentos. Com todos em casa, estudem as medidas, estudem as legislações e falem com seus assessores para sugerirem mudanças e melhorias.
O que vai acontecer com o consumo com os juros baixos? O Brasil está apontado pra cima!
Em 3, 4 meses vamos lutar.
Empresário: Calma, não demita! Vamos ter medidas para todos.
Para doações, as empresas deverão procurar o Braga Neto.
Falei pouco da agricultura, porque a agricultura está voando. Tem alguns desarranjos sim, vi agora pouco o pessoal jogando fruta fora no CEAGESP, isto está errado. Teremos a maior safra da história. A safra tem que chegar, mas chegar bem.
Sobre o funcionalismo público, o presidente falou: Não quero atingir nenhum direito que existe, mas desenhe um sistema melhor. Muita gente propondo redução de salário do funcionalismo público de 25% durante o período de calamidade pública (até dez/20).
Existe também o pedido de aumentar o imposto das grandes empresas.
Mas, não me agradam estes dois pedidos….pois estamos injetando dinheiro na economia neste momento….não podemos tirar poder de compra da pessoa física. Quanto às empresas, aumentar os impostos e tirar o poder de compra das empresas, as empresas já estão caindo, quebraremos as duas pernas e elas não poderão levantar. Eu não acho, macroeconomicamente, que faz sentido isso.
Concordo em quebrar a espiral de aumento salarial dos funcionários públicos por 2 ou 3 anos.
Reabilitação perante à opinião pública brasileira dizendo: Nós vamos dar conta!!!!
Na próxima semana tudo tem que estar no lugar, porque já é o início do próximo mês, senão falhamos.
Num primeiro momento, o isolamento é necessário, se permanecer por muito tempo, será uma catástrofe econômica. Qual a distância entre uma onda de isolamento e outra? Não me arrisco em assuntos de saúde, não é minha especialidade. Não temos este conhecimento para saber se este isolamento tem que ser de duas ou três semanas, ou 2 meses…não é meu campo. Mas, conheço o campo econômico, sei quando a coisa começa a se desorganizar no setor produtivo.
Se mantermos alguns setores: safra agrícola, caminhoneiros, mercados, farmácias, se conseguirmos manter alguns setores, até conseguimos estender o isolamento.
Não há acordo sobre isto ainda…inclusive em nível político.
Nós sabemos quanto tempo a economia aguenta antes de entrar em colapso. Nós sabemos quanto tempo as linhas de suprimentos duram…se essa linha for mantida, conseguimos manter mais a quarentena. Mas, o período que a saúde aguenta é menor. Segundo o Mandetta, os casos sobem agora e ficam 3 meses lá em cima. Vai depender muito de como subirá a nossa curva.
Eu tenho certeza que vamos sair do outro lado!
Não se iludam! Tem muito barulho porque a disputa política é assim. À medida que formos descentralizando os recursos, e a República Federativa é forte, todos vão se entender.
Isso é normal: “o pau come”. De vez em quando o presidente precisa se posicionar.
Juntos nós somos mais fortes e nós vamos sair do lado de lá.
Estamos no mesmo barco como país! E agora, até mesmo, como planeta!
Cada vez mais vamos pensar em formas de externalidade.
Nós, como brasileiros, estamos atravessando o momento mais difícil de nossa história. Não sabemos a amplitude desta bomba genética. Não sabemos se muitos serão atingidos ou se será mais branda.
Temos que resolver isso dentro de um regime de cooperação, de colaboração, porque juntos somos mais fortes.”
Por XP Investimentos