Até quando nossas escolas ficarão fechadas?
Por Ana Baroni, diretora da Escola Creatività
Um estado que não investe em educação, nunca verá o fim da corrupção. Isto é fato. Vivemos em um estado onde temos políticos profissionais e de certa forma, isto explica o fato de nossas escolas ainda estarem fechadas.
Quem ganha com as escolas fechadas? Por que a questão se tornou política?
Vamos refletir juntos. São muitos interesses e, cabe aqui, uma análise de nossa população.
É fácil entender que adultos sem filhos estão confortáveis com menos pessoas circulando e com a melhora do trânsito gerada.
As escolas públicas, como todos sabemos, não estão prontas para a abertura. Sendo assim, pais de filhos em escolas públicas não querem a abertura das escolas particulares, pois não querem ver seus filhos ficando para trás.
Funcionários públicos da área de educação estão em suas casas desde março, com seus salários integrais e sem risco de demissões, sendo assim, não querem o retorno e ainda ameaçam fazer greve se tiverem que voltar.
Diretoras de escolas pequenas estão inseguras e endividadas; sabem que terão que investir, que não será um retorno fácil e também temem inúmeras fiscalizações.
Escolas grandes particulares conseguiram manter suas receitas quase inalteradas e se acomodaram na comodidade do on-line; mesmo sabendo que muitas vezes a escola finge que ensina, o aluno finge que aprende e assim se justifica o pagamento integral da mensalidade. É fácil entender que abertura das escolas não agradaria essa grande maioria aqui citada.
Somente duas ações permitiriam construir uma governança integrada pela educação: a paixão pelo ato de gestar e gerir a coisa pública e a paixão pelo crescimento integral das pessoas. Algo que não conhecemos em nosso estado e que neste momento se torna claro.
Vale ainda lembrar que estamos em ano eleitoral.
Nossos políticos profissionais precisam e buscam a popularidade.
Seguindo nossa reflexão, entendemos que, se não tivermos lideranças sérias e comprometidas, capazes de tomar decisões sérias e impopulares, não teremos nossas escolas de volta…