Cinco dicas valiosas para a prova de Matemática no Enem
A prova de Matemática do Enem costuma tirar o sono de boa parte daqueles que se preparam para realizar o exame. Isso porque a prova contém muitas questões para serem resolvidas em poucas horas, o que aumenta ainda mais o desafio para os estudantes. Um dos caminhos para conseguir realizar uma boa prova é procurar saber bem o que vai encontrar pela frente. Com base nas edições anteriores do Enem, professores de Matemática levantaram cinco dicas essenciais para garantir uma boa nota na prova.
1) Conteúdos do Ensino Fundamental também caem na prova
De acordo com o professor de Matemática do Colégio Semeador, de Foz do Iguaçu (PR), Rodrigo Vitorassi, apesar de a preparação para o Enem estar mais concentrada no Ensino Médio, é indispensável ter domínio sobre os conteúdos e conhecimentos de Matemática que são ensinados também no Ensino Fundamental. “Pela experiência com os conteúdos mais cobrados nos últimos anos, já sabemos que essa prova envolve cinco áreas: conhecimentos numéricos, geométricos, algébricos, estatísticas e probabilidade. Dentre esses conteúdos, alguns estão presentes no Ensino Fundamental, como, por exemplo, grandezas proporcionais, que começam a ser ensinadas no sétimo ano com grandezas inversamente proporcionais, diretamente proporcionais, regra de três simples e compostas, porcentagem matemática financeira, além de áreas de figuras plana, aritmética, potenciação e conjuntos numéricos. Se o aluno tiver um bom domínio sobre esses conteúdos, vai ajudar bastante na resolução de muitas questões, garantindo ainda mais agilidade”, explica Vitorassi.
2) É importante conhecer a estrutura das questões
O professor do Curso Positivo, Adilson Longen, ressalta a importância de os candidatos conhecerem a prova com mais profundidade. “Cada questão tem uma estrutura composta de três partes. A primeira é o texto base, um contexto, que geralmente é um pouco mais extensa. Na segunda parte, há o enunciado da questão, que avalia uma habilidade e que está ligado diretamente à primeira parte. Já na terceira parte, o candidato encontra as alternativas, que são chamadas de distratores. A primeira e a terceira partes conversam entre si, porém, é da segunda que vem a questão em si. Quanto à terceira parte, as alternativas são elaboradas de tal maneira que sejam resultantes de uma operação ou uma interpretação, correta ou não, que o candidato faz. Não são respostas aleatórias. São pensadas a partir de possíveis interpretações que os alunos possam ter. Observem que, quando a questão exige uma resposta numérica, as alternativas são apresentadas ou em ordem crescente ou decrescente de valores. Por isso, deve haver uma preocupação em conhecer detalhadamente o processo como um todo. Quanto mais os candidatos conhecerem essa forma de avaliar, mais capazes se sentirão no seu enfrentamento”, pontua.
3) Cuidado com os distratores
Cada questão da prova é composta por cinco alternativas de resposta: uma é a correta e as outras quatro são chamadas de distratores. A professora do Colégio Positivo Joinville (SC), Maridalva Paulo, explica que as alternativas incorretas não são colocadas na questão aleatoriamente. “Elas não são pegadinhas, como muitos pensam. São alternativas devidamente pensadas para testar o aluno, que pode se deixar levar por um erro de interpretação ou falta de atenção. O objetivo é verificar se o aluno tem a habilidade para resolver a questão”, explica.
4) Capacidade de compreensão de um enunciado exige leitura diária
A compreensão correta do enunciado da questão é o ponto de partida para o acerto. Isso é essencial para todas as provas, não apenas a de Matemática. E, segundo o professor Rodrigo Vitorassi, o estudante só vai adquirir a capacidade de interpretar bem um enunciado se fizer da leitura uma prática constante. “O que eu sempre oriento é ler todos os dias textos dos mais variados tipos e temas, não só de Matemática, porque esses textos podem ajudar a melhorar a leitura e a interpretação. Outra coisa importante é realizar exercícios de provas anteriores, prestando atenção aos textos e enunciados para se familiarizar com o formato das questões do Enem”, completa.
5) Atenção para a forma como a prova é corrigida
A prova do Enem permite situações em que dois estudantes que façam a mesma prova e acertem o mesmo número de questões tenham notas bem diferentes entre si. A professora Maridalva Paulo explica: “A prova do Enem é corrigida por meio da TRI – Teoria de Resposta ao Item. Ela leva em consideração três aspectos. O primeiro deles é a dificuldade apresentada no item. O segundo, a diferenciação de conhecimento; e o terceiro item é a análise de acertos casuais – o famoso chute. Se o estudante tem um bom conhecimento sobre todo o conteúdo, ele vai acertar as difíceis, médias, e nunca vai errar as fáceis. Mas se ele chutar as últimas porque não deu tempo de ler e resolver, é preciso considerar que ele pode ter errado questões muito fáceis no processo, e vai perder pontos valiosos – pois esses três aspectos são considerados na correção. Se o estudante não sabe, não pode deixar em branco, tem que chutar – mas se for chutar, escolhe fazer isso com as questões mais difíceis para ter uma pontuação final mais alta”, recomenda.