Universidade do futuro: confira as tendências e transformações para a educação
A crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus impulsionou diversas transformações e impôs mudanças em todas as áreas, incluindo a educação. As instituições de ensino tiveram que acelerar os processos e focar em uma nova realidade: o presencial passou a ser virtual.
As modificações em escolas e universidades, sejam elas tecnológicas e metodológicas, precisaram ser urgentes. A estrutura física, a forma de ensinar e aprender, a figura do professor e do aluno foram alteradas. A partir de agora, como ficará o processo de ensino-aprendizagem? Como será a universidade do futuro e quais as tendências?
As cadeiras enfileiradas darão lugar a espaços mais orgânicos. Estudantes serão cada vez mais protagonistas do seu aprendizado e assumirão uma função mais ativa no processo de aprendizagem.
Para a pró-reitora de graduação da Universidade Tiradentes, professora Arleide Barreto, o momento de presencialidade ainda é importante. “Seja com as pessoas face a face, para que possibilite criar um ambiente de negociação, argumentação, construção coletiva, colaborativa, com ergonomia e arquitetura para uso de diferentes dispositivos eletrônicos”, declara. Arleide, doutoranda em Educação pela Unit, é uma das especialistas convidadas pela multinacional de tecnologia, D2L, para discutir a temática em um relatório publicado no portal da empresa.
Mesmo ainda não sendo capaz prever o futuro, com base nas atuais mudanças, é possível imaginar que algumas modificações e paradigmas chegaram para ficar. Uma das tendências é a necessidade de uma conexão mais estreita entre teoria e prática. “A universidade do futuro deve oferecer currículo flexível, inteligente e adaptado às demandas do mercado de trabalho”, salienta a pró-reitora.
Quando o assunto é o professor em sala de aula, a especialista acredita que o docente deixará de ser protagonista e assumirá o papel de mediação. “O papel do professor sempre será importante no processo formativo dos alunos. Sua criatividade, genialidade, motivação, entre outros atributos, continuarão insubstituíveis na universidade”, enfatiza.
“O professor será aquele que tem autonomia para analisar e filtrar os melhores e mais atualizados conteúdos da área. Terá papel de líder, promovendo a sinergia entre a sala de aula, o mundo do trabalho e aproximará o egresso dos desafios da vida”, acrescenta.
O perfil do aluno também passará por uma reformulação para a construção do conhecimento, além de novas responsabilidades e o desenvolvimento de novas habilidades. “Os discentes se envolverão mais com o processo de aprendizagem voltado para um modelo de microlearning pautado no ‘just in time learning’, os quais refletem situações de aprendizagem com objetivos claros e relacionados aos saberes que necessitam ser mobilizados para que o processamento cognitivo se torne mais palpável e significativo”, destaca Arleide.
“Nessa perspectiva, é de se esperar que as universidades recebam estudantes mais questionadores, que aprendam mais por meio da experiência empírica e dialogada com o mundo do trabalho”, complementa.
Segundo Arleide, a tecnologia também desempenhará um papel fundamental. “A tecnologia apoiará alunos e seus professores, mentores, pares ou outros papéis assumidos pelo mediador educacional, a encontrar soluções personalizadas e compatíveis com suas necessidades. Os alunos são muito diferentes, desde suas histórias de vida aos seus estilos de estudo. Por isso, suas demandas de aprendizagem precisarão ser personalizadas”, frisa.
“Para atender a esse cenário, o uso de dados analíticos e inteligência artificial será imprescindível, não apenas para criar indicadores preditivos de evasão para gestores, mas para impulsionar o desempenho de cada aluno em prol da sua aprendizagem. Objetos de aprendizagem serão diversificados, personalizados, realísticos para os alunos, desde recursos digitais até soluções para projetos de laboratórios cada vez mais imersivos e sensoriais”, finaliza.
Por: Imprensa 24h