“O gosto pela leitura se transmite. E antes de tudo em família”

Publicado por Sinepe/PR em

É o que defende a antropóloga Michèle Petit, que compartilha, em livro, sua visão sobre o papel da leitura em nossas vidas, sobretudo em tempos de crise

“O utilitário nunca basta. Talvez sejamos, antes de tudo, animais poéticos, pois os humanos criam obras de arte há mais de quarenta mil anos, bem antes de inventar a moeda ou a agricultura”. É com essa frase, logo na abertura de seu novo livro, que a antropóloga francesa Michèle Petit nos convida a meditar sobre o valor da leitura para nossa espécie. De fato, o que nos motiva a (sobre) viver não são apenas comida e dinheiro.

Ler, essa habilidade única ao Homo sapiens (até que se prove o contrário), não só oferece caminhos para se orientar e navegar pelo mundo como, em contextos críticos, pode conceder coletes salva-vidas a fim de se aguentar a tormenta. Essa é uma das convicções da pesquisadora de 78 anos do Centre National de la Recherche Scientifique, na França, que se esmerou em investigar a contribuição da leitura para a nossa (re)configuração como sujeitos e coordena, desde 2004, um notável programa internacional de leitura em espaços de crise, em que os livros se tornam ferramentas de suporte, imaginação e reconstrução entre grupos de imigrantes, refugiados e marginalizados.

Com anos de estudos e vivências pelo globo (inclusive na América Latina), Petit reúne na obra Somos Animais Poéticos, recém-publicada pela Editora 34, textos que discutem os poderes e desafios da leitura sobretudo em tempos de crise – seja numa pandemia que nos confinou e traumatizou, seja entre quem teve de abandonar o lar para fugir de uma guerra ou da violência. Os livros se transformam, assim, não apenas em refúgios, mas em bússolas ou trampolins para uma nova forma de existir e (sobre)viver.

Para ler mais sobre a entrevista, acesse: https://veja.abril.com.br/coluna/conta-gotas/o-gosto-pela-leitura-se-transmite-e-antes-de-tudo-em-familia/

Por: Veja