Celular nas escolas: é possível beneficiar a aprendizagem?
A relação constante entre alunos e seus dispositivos eletrônicos têm gerado debates sobre a integração dessas tecnologias ao ambiente educacional. A questão central é como incorporar o uso do celular nas escolas de maneira construtiva, evitando distrações.
“Se houver intencionalidade pedagógica, os dispositivos eletrônicos são ferramentas importantes para auxiliar o aprendizado. O desafio está em aliar o uso pedagógico no dia a dia do aluno e, ao mesmo tempo, evitar a perda do foco e distração”, avalia Patrícia Blanco, presidente-executiva do Instituto Palavra Aberta.
A discussão sobre o tema será ampliada durante a Bett Brasil, evento de Inovação e Tecnologia para Educação na América Latina, com o painel “Conectividade na educação: celular na sala de aula – Sim ou Não?”.
Prós e contras do uso do celular nas escolas
Com acesso à internet e a uma variedade de aplicativos educacionais, os dispositivos oferecem oportunidades para ampliar conhecimentos, colaborar em projetos e desenvolver habilidades digitais essenciais.
“Nosso principal modelo de escola, os Ginásios Educacionais Tecnológicos, utiliza a tecnologia como ativo principal, direcionando-a de forma pedagógica para ajudar a Educação”, comenta Renan Ferreirinha, secretário de Educação da prefeitura do Rio de Janeiro.
No entanto, o acesso constante às redes sociais e jogos pode desviar a atenção dos alunos, comprometendo o aprendizado e gerando preocupações com a saúde.
Integração positiva
A utilização moderada e mediada por educadores pode transformar o celular em uma ferramenta de aprendizagem interativa, estimulando a criatividade e a colaboração entre os estudantes.
“Os professores precisam estar inseridos na cultura digital e perceber o potencial dessas ferramentas para potencializar o ensino”, destaca Emerson Bento Pereira, diretor de tecnologia educacional do Colégio Bandeirantes.
Motivos para o uso intencional
Além de promover a pesquisa qualificada e a avaliação de informações, a integração dos celulares pode capacitar os alunos a compreender o funcionamento dos algoritmos e questionar as relações de poder por trás da tecnologia.
“Os sistemas tecnológicos tendem a reproduzir assimetrias de poder. Os jovens devem aprender a questionar seu funcionamento e identificar a que interesses servem essas tecnologias”, ressalta Patrícia Blanco.
O papel da escola: conscientização e diretrizes claras
É essencial estabelecer políticas e diretrizes claras sobre o uso de celulares em sala de aula, garantindo um equilíbrio entre acesso à tecnologia e ambiente de aprendizagem.
“A escola precisa definir e comunicar com clareza os momentos e motivos de uso do celular. Esses acordos valem tanto para alunos como para educadores e familiares”, destaca Patrícia.
Os professores desempenham um papel crucial, utilizando os celulares como recursos pedagógicos e integrando-os de forma significativa nas atividades escolares.
“Há mais de dez anos, o Bandeirantes oferece o tablet para todos os professores e, com isso, eles se apropriaram dessa tecnologia”, afirma Emerson Bento Pereira.
Em suma, o desafio reside em aproveitar o potencial dos dispositivos eletrônicos para promover uma aprendizagem eficaz, enquanto se estabelecem limites claros para garantir um uso consciente e responsável da tecnologia em sala de aula.
Por: Escolas Exponenciais