Vivendo a experiência
A expressão potencializada do momento é “viver experiências”. Passamos por um cenário jamais vivido na história, onde temos a oportunidade – se assim podemos dizer, de acompanhar de perto a primeira pandemia vivida no nosso país, chamada de covid-19. Sim, estamos vivenciando um período intenso, completo e também complexo. A nossa experiência começou nos bastidores, sofrendo com a propagação do Coronavírus em outros países. Acompanhamos e – ao mesmo tempo – pedíamos baixinho que não chegasse ao Brasil, mas chegou e com dinamicidade.
Quando buscamos viver experiências, optamos por algo que nos possibilite o prazer, seja no paladar, toque, emoção ou sentimentos, algo que nos remeta a uma lembrança boa e afetuosa. Porém, como tudo na vida, tem experiências que nos escolhem enquanto pessoa ou até mesmo nação. A nossa vivência tem nome e data: covid-19, primeiro caso confirmado no Brasil em 5 de março de 2020. Essa e outras datas a partir de agora certamente ficarão guardadas como uma de nossas vivências mais marcantes.
A atual experiência que estamos compartilhando, conta com todos os componentes para serem inesquecíveis, a começar pelo nome “pandemia”, batizada oficialmente pela Organização Mundial da Saúde na data de 12 de março de 2020. Com ela vem um vírus que derruba o sistema de saúde e também a propagação em massa. Começamos a calcular a partir de então o números de pessoas afetadas. Não pára de crescer. Por mais que o pedido fosse para que não houvesse pânico, já estávamos imersos nessa mais nova experiência, de isolamento social para conter o avanço da doença. Não sabemos o que vai acontecer, quanto tempo vai durar ou mesmo quais os números serão apresentados ao término dessa triste vivência. Um fato é certo, já estamos sofrendo com impactos que chegam por todas as dimensões: espiritual, financeira, social, emocional, familiar.
As situações imprevistas começam a acontecer pelo país. Escolas e faculdades começam a suspender as aulas. Na sequência, as agências bancárias comunicam o fechamento para clientes. As empresas e órgãos públicos começam a se preparar para fazer home office (trabalho de casa). A imprensa trabalha incansavelmente diante da velocidade das informações. Os guerreiros profissionais da saúde estão na linha de frente da batalha, enquanto nós, a grande maioria, cumpre a quarentena dentro de casa. Sim, estamos vivendo um tempo atípico.
Os gestores do país, cada um na sua temática, precisam tomar decisões rápidas e, é claro, não há um protocolo a ser seguido porque essa experiência, como destaco, é inédita. Mas o martelo tem sido batido em prol da segurança da população. Conforme os dias se passam, os esforços vão sendo somatizados para manter os serviços essenciais e para conter as pessoas dentro de suas casas, evitando qualquer tipo de contaminação. A ordem soa quase como um “salve-se quem puder”.
A redes digitais nos manterão conectados durante um período indeterminado. O assunto é único: coronavírus. Cada pessoa tem um papel importante neste cenário de guerra, cuidar-se. As orientações básicas estão na ponta da língua, o difícil é a tal da vivência, a forma de lidar com o novo, que agora também traz a novidade de ficarmos apenas m nossas casas. Todos estamos atentos nos grupos de WhatsApp de trabalho, família, governo e acompanhando os veículos de notícias para obter informações quanto aos próximos passos que teremos pela frente.
É tempo de novas experiências e reflexão. Temos que tentar, na medida do possível, controlar a ansiedade, compartilhar o que for necessário, buscar entender que é só o início de um cenário em ascendência, sem cura até o presente. Temos tudo para sairmos fortalecidos enquanto nação, pois estamos todos juntos nesse momento que deixará uma marca na história do mundo, na história do Brasil, na minha vida, na sua também.
Ademar Batista Pereira é presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep)