Novos caminhos e a geração de impacto positivo
Amauri descobriu em um hobby um novo caminho para a carreira e, a partir dele, pôde unir forças à batalha contra a COVID-19
Você já ouviu falar de “pessoa multipotencial”? Sabe o que é? Pois bem, o Amauri poderia até não saber, mas ele já era esse tipo de indivíduo antes mesmo de o termo ficar conhecido. De maneira bem resumida, pessoas multipotenciais gostam de diversas áreas, têm interesse por diferentes coisas e conseguem explorar tudo isso, inclusive na vida profissional.
Amauri Baptista Moreira de Deus veio de uma família de engenheiros mas, quando precisou escolher uma carreira, optou pela Educação Física. Fez sua graduação na PUCPR, especializou-se na área e foi professor por mais de 15 anos. Porém, em paralelo, sempre se envolveu com tecnologia, programação e inovação. “Quando atuava como professor, eu dava aulas com o Kinect (um tipo de videogame que demanda movimento), para aproximar a tecnologia do meu cotidiano, e dava palestras sobre educação física e tecnologia, unindo os dois mundos”, relembra Amauri. Ele também foi orientador nas feiras de ciência da escola onde lecionava, ensinando os estudantes sobre programação.
Virada de chave
Chegou um momento, porém, no qual a vida como professor de educação física não bastava – o que, aliás, é comum em pessoas multipotenciais. Foi então que, com a ajuda e incentivo da esposa, Amauri se jogou em um novo desafio: fazer uma graduação em Engenharia Elétrica na PUCPR, aprofundando-se naquilo que, até então, ele tratava como hobby. “Eu sempre fui muito autodidata. Gostava de desmontar as coisas, cutucar e ligar um monte de fiozinhos”, brinca. Ele, inclusive, desenvolvia algumas programações para ajudá-lo no dia a dia.
Com todo esse conhecimento adquirido durante a vida, Amauri reorientou seus caminhos, deixou a Educação Física de lado e, hoje, trabalha com o desenvolvimento de circuitos e placas eletrônicas para empresas do ramo. Na Universidade, ele entrou para o SPInE, núcleo de empreendedorismo e inovação da Escola Politécnica da PUCPR, e deu início a um projeto de controle de acesso voltado a espaços de coworking, que usa integração com banco de dados, reconhecimento facial, digital e senha para permitir a entrada de pessoas.
A partir dessa experiência, novos horizontes se abriram para Amauri: “o Núcleo me deu uma visão de empreendedor. Eu me entendia como desenvolvedor, programador, e no SPInE o professor Glauco (docente da PUCPR e coordenador do projeto) me abriu os olhos para esse caminho”, co-menta.
Projeto de impacto social
Convergindo sua experiência profissional, com a visão de empreendedor desenvolvida na Universidade, Amauri chegou ao seu projeto de maior impacto: ele foi indicado pela MRD Engenha-ria para colaborar no desenvolvimento de um equipamento de descontaminação, unindo forças ao combate contra a COVID-19.
Ele ficou responsável por desenvolver a parte de automação da cabine, que conta com sensor de temperatura e detector de uso de máscara, além de auxiliar na implementação de um mecanismo para “espirrar” o produto que limpa a superfície do corpo em nanômetros, ou seja, partículas muito pequenas que não deixam a roupa úmida nem molhada.
Pensando no futuro, Amauri e o sócio, que também desenvolveram um equipamento para descontaminação de ambientes, já pensam em como tornar as ferramentas úteis para o momento de pós-pandemia. “Apesar de termos o equipamento, a gente espera que ele seja necessário por um período curto, porque vai ser sinal de que a pandemia acabou”, justifica Amauri.
Para quem começou a vida profissional envolvido com a Educação Física, Amauri tem mostrado mais um aspecto da sua multipotencialidade: a habilidade empreendedora, colocando em prática a essência deste conceito ao desenvolver soluções adequadas para o momento, que possam ser úteis para as pessoas e que se adaptam de acordo com as mudanças do mundo.