Os 10 princípios de Barak Rosenshine para um ensino eficaz
Na década de 1980, interessado em como o cérebro adquire novas informações e em melhorar o desempenho de professores, Rosenshine estabeleceu, ao lado de um colega chamado Robert Stevens, seis princípios instrucionais para tornar o ensino mais eficaz. Além da ciência cognitiva, eles se fundamentaram em investigações sobre práticas que apresentavam maiores ganhos de aprendizagem em sala de aula.
Em 2010, em um artigo publicado na International Academy of Education (IAE), a lista cresceu para 17 princípios. Em um novo movimento, dois anos depois, provavelmente em busca de mais clareza, Rosenshine editou a publicação e simplificou sua proposta, chegando aos 10 princípios abaixo:
1) Fazer revisões diárias;
2) Utilizar pequenos passos para apresentar um conteúdo novo;
3) Promover questionamentos;
4) Fornecer modelos;
5) Orientar a prática do aluno;
6) Verificar a compreensão do aluno;
7) Obter uma taxa elevada de sucesso;
8) Fornecer apoios à aprendizagem em tarefas difíceis;
9) Proporcionar a prática independente;
10) Realizar revisões semanais e mensais.
Por que utilizar os princípios de Rosenshine
Os princípios de Rosenshine ganharam visibilidade especialmente no Reino Unido, onde o ex-professor de Física e consultor educacional, Tom Sherrington, publicou, no ano passado, um livro para pessoas interessadas em aplicá-los em sala de aula. Embora as investigações que levaram aos princípios tenham acontecido em países economicamente ricos, Sherrington destaca seus aspectos universais.
“Há algo simples e, ao mesmo tempo, muito amplo e funcional na lista que a faz ressoar nas pessoas em diversos lugares”, analisa o autor em seu blog. Quando explica, em outro post, por quais motivos todos professores deveriam ler o artigo de Barak Rosenshine, Tom Sherrington afirma que se trata do “melhor, mais claro e abrangente guia para o ensino com evidências que existe”.
Sherrington acredita que os dez princípios podem ser separados em quatro vertentes. A primeira delas é a revisão dos conteúdos. Quando realizada diariamente, ela ajuda a recuperar os aprendizados anteriores, gerando confiança e fluidez para encarar a próxima lição. Já as revisões semanais e mensais desempenham um papel importante na consolidação de memórias de longo prazo.
A segunda vertente é a promoção de questionamentos, que pode ser resumida em um mantra: “faça mais perguntas a mais alunos com mais profundidade”. É fundamental perguntar como os alunos resolveram determinado problema, não apenas qual foi o resultado ou solução encontrada. Ao mesmo tempo, os questionamentos servem como feedback para o professor entender a evolução do aprendizado.
A terceira é a aplicação de conceitos de sequenciamento e modelagem dos conteúdos. Isso significa, resumidamente, quebrar as lições em pequenos passos e fornecer o maior número possível de exemplos e modelos aos estudantes. Nesse sentido, Rosenshine destaca o uso de apoios cognitivos. Por exemplo, o professor “pensar em voz alta” enquanto demonstra a resolução de um problema.
Por fim, entram as dicas de condução das atividades práticas. Elas precisam ser guiadas em um primeiro momento e independentes quando os alunos estiverem prontos. “Os alunos precisam de prática ampla, bem-sucedida e independente para que as habilidades e o conhecimento se tornem automáticos”, escreve Barak Rosenshine.
Por Desafios da Educação