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Tecnologia redefine ensino de idiomas

Inteligência artificial acelera estudos e reforça a personalização da aprendizagem

Vai longe o tempo em que estudantes passavam semestres inteiros estacionados no verbo ‘to be’, nas aulas de inglês em horários fixos e nas apostilas cheias de exercícios que se acumulavam sobre a mesa. As ferramentas digitais e a inteligência artificial (IA) criaram um novo cenário para o aprendizado de idiomas, com conteúdos personalizados e dinâmicas que tornam a educação bilíngue mais atraente e acessível.

João Cunha, vice-presidente de Produto na Arco Educação, acredita que a IA está mudando a forma como aprendemos e ensinamos. “No ensino de idiomas, ela amplia a prática das habilidades de forma personalizada, ajuda a superar a falta de professores altamente proficientes e traz recursos que tornam a aprendizagem mais motivadora para os alunos”, diz.

A palavra que norteia o futuro do bilinguismo parece mesmo ser “personalização”. Para os próximos anos, Cunha prevê um avanço maior: “Cada estudante terá um mapa claro de onde está e do que precisa para avançar rumo à fluência. O aluno poderá praticar inglês com uma IA no seu próprio ritmo, ajustando o vocabulário para temas que mais despertam interesse. Isso é essencial, especialmente para crianças, porque aprender se torna mais prazeroso quando conseguimos conectar o conteúdo ao universo delas”.

O presidente das da Organização das Escolas Bilíngues Internacionais (Oebi), Kevin Sorger, afirma que uma série de estudos, como o conduzido pelo The Center For Languages & Intercultural Communication, da Rice University, no Texas, indica que mais da metade dos alunos de uma segunda língua usam IA para auxiliar no aprendizado — o dobro do número em outras matérias. “Além disso, o uso da IA otimiza o aprendizado e diminui em quase 27% o tempo de estudo”, diz, citando o estudo da IU International University of Applied Sciences.

A estudante Lara Coutinho, de 18 anos, fez curso de inglês no Colégio Suzano, por meio do PES English. Ela garante que se sente mais segura comunicando-se em outro idioma graças às ferramentas digitais. “Elas não substituem o professor e nem o contexto da sala de aula, mas impulsionaram meu desenvolvimento em idiomas. Me ajudaram a otimizar os estudos, enxergar erros com clareza e praticar fala e compreensão auditiva”, afirma.

Gamificação

No bilinguismo, aplicativos gamificados, redes sociais, streamings e outras ferramentas digitais compõem o mesmo pacote de aprendizagem. “A língua vive no cotidiano, e hoje esse cotidiano passa pelas redes sociais, pelo streaming e por jogos digitais. Quando os alunos consomem música, filmes e conteúdo em inglês, têm contato com vocabulário real e atualizado. Isso reforça a motivação e acelera o aprendizado”, diz Cunha.

“Da mesma forma, aplicativos gamificados tornam o estudo mais interativo e prazeroso. Na International School, trabalhamos com plataformas como Minecraft e Thunkable, que conectam tecnologia, criatividade e desenvolvimento de habilidades em inglês. Essas ferramentas permitem a alunos resolver problemas, exercitar pensamento crítico e criar projetos integrando diferentes áreas do conhecimento, preparando-os para os desafios do século XXI”, afirma Cunha. “O papel da escola é integrar esse universo à jornada de aprendizagem, orientando o aluno a transformar consumo em conhecimento e a usar a tecnologia como aliada para conquistar fluência”, completa.

O professor

Aplicativos gratuitos de ensino de idiomas estão cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros. A questão é entender se esse acesso na palma da mão faz com que as pessoas atinjam o nível de proficiência desejado e, principalmente, qual o papel do professor neste contexto tecnológico.

João Cunha afirma que o uso da tecnologia não diminui a importância do professor. “Acreditamos que o futuro do ensino de idiomas passa pela combinação entre IA e mediação humana qualificada. A IA será usada para diagnósticos, correções e acompanhamento de progresso, mas o papel do professor seguirá insubstituível para dar sentido, contexto cultural e apoio aos desafios individuais.”

Essa é também a visão de Kevin Sorger. “O uso da IA diminui a carga de trabalho do professor fora da sala de aula, como correção de provas e burocracias. Assim, o foco pode ser naquilo que realmente importa. Os professores podem dobrar a atenção para que as ferramentas não tenham uso superficial. É preciso que o professor ofereça respaldo no uso da IA, e também promova leitura e pensamento crítico”, conclui.

Por: Estadão Blue Studio

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