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“Escutar a criança é o primeiro passo para revolucionar a sala de aula”

No mês dos professores, Caroline Rezende, professora alfabetizadora e colunista da NOVA ESCOLA, compartilha sua trajetória e a paixão pela alfabetização

Por Thais Paiva

Em comemoração ao Mês dos Professores, a NOVA ESCOLA homenageia quem faz da Educação uma prática diária de transformação, criatividade e esperança. Por isso, estamos destacando nossos colunistas que traduzem, em suas trajetórias, a potência e a pluralidade do trabalho docente no país. São profissionais que combinam experiência, pesquisa e sensibilidade para repensar o papel da escola diante dos desafios do presente.

A história da colunista Caroline Rezende, por exemplo, mostra que ser professora é viver um processo constante de aprendizado, renovação e afeto.

Docência no DNA
Professora alfabetizadora nas escolas estaduais Prudente de Moraes e Ofélia Fonseca, em São Paulo (SP), Caroline Rezende é também mestre em Escrita e Alfabetização pela Universidade Nacional de La Plata (Argentina) e formadora de educadores.

Ela conta que sua história se entrelaça com a própria história da Educação e de sua família. “Sou filha de professores: minha mãe era alfabetizadora e meu pai, professor de Matemática. Cresci respirando Educação. Lembro de ir a passeatas, das conversas em casa e do compromisso deles com os alunos”, recorda. A escolha pela docência, portanto, foi natural para ela.

No Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério (CEFAM), Caroline teve seu primeiro contato com a complexidade da alfabetização no Brasil. “Foi ali que percebi o quanto a escola carrega desafios imensos: turmas numerosas, crianças em vulnerabilidade e a urgência de garantir o direito à leitura e à escrita. Isso me laçou. Eu nunca mais quis sair desse tema”, conta.

O desafio, no entanto, em vez de afastá-la, a motivou ainda mais a seguir na área. “Depois fui fazer Pedagogia e ficava o tempo todo pensando em como poderia aplicar toda aquela teoria na prática”.

A importância da formação
A fim de melhorar sua atuação, Caroline buscou formação contínua. “Sempre entendi que inovar exige estudar constantemente”, explica. O contato com grandes referências da alfabetização, como Telma Weisz e Emilia Ferreiro, que foram suas professoras, redefiniu sua forma de pensar e educar.

“Essas experiências me mostraram que o professor precisa ser pesquisador de sua própria prática. Alfabetizar não é apenas ensinar códigos, mas compreender como as crianças se relacionam com a cultura escrita.”

Durante o mestrado na Argentina, o contato com professores de diversos países da América Latina representou uma verdadeira virada de chave em sua trajetória. A experiência ampliou seu olhar sobre a Educação, levando-a a refletir não apenas sobre a prática em sala de aula, mas também sobre a gestão e as políticas educacionais.

“Alguns estados têm avançado na formação continuada, enquanto outros ainda carecem de políticas consistentes nessa área”, observa. Para ela, a troca entre educadores é essencial para compartilhar experiências, buscar soluções conjuntas e aprender com o que deu ou não certo.

Por isso, Caroline defende que a formação continuada é uma das chaves para superar os desafios da educação pública. “Quando a formação é usada como fonte, ela se torna motor de transformação e inovação. Escutar a criança e considerar suas experiências é o primeiro passo para qualquer revolução na sala de aula.”

Por: Nova Escola

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